12 de setembro de 2007

A natureza...

Hoje eu "agüei" as plantas. É tão bom fazer esse tipo de trabalho. Apesar de ter dado um banho nas árvores ontem, resolvi dar o segundo banho nelas hoje. No quintal de trás da empresa onde trabalho, tem um pé de nêspera, um de limão (cada limãozão que dá nessa árvore...), um pé de mexerica pokan e algumas plantas. Na hora do almoço, estendo a rede e tiro um cochilo de mais ou menos meia hora, ouvindo os pássaros e sentir o vento no meu rosto. Que gostoso é dormir com os passarinhos trocando idéia um com os outros... eles não irritam, eles não tem dom de irritar como o ladrar dos cães. De vez em quando um passarinho atrevido entra na cozinha e eu e meu gerente ficamos perdidássos, fazendo de tudo para tirar o passarinho sem machucá-lo. Ele fica se debatendo no vidro achando que alí é a saída. Fico triste quando o Fábio me acorda falando que está na hora de levantar... hoje, quando coloco meus pés no chão, me deparo com uma borboleta voando ao redor das árvores secas. Estamos quase na primavera e com esse tempinho seco, as árvores pedem apelo.
Meu trevo-de-quatro-folhas morreu por ser uma planta semi-aquática. Molhei, molhei, molhei e mesmo assim ele se foi... Mas a pequena flor de maio está lá firme e forte. Acho essa flor maravilhosa.

Agora é época de nêspera e mal posso esperar para saborear a frutinha doce e azedinha, mas com esse tempo seco, estão crescendo devagar e sem força.

A empresa está parada. Resolvi fazer um trabalho em cuidar das árvores secas. Me senti aliviada ao sentir o cheiro da terra... Molhei até o topo das árvores e um pouco a mim mesma. Via um pequeno arco-íris surgir na mangueira. O cheiro do limão subiu. Os pássaros cantaram mais alto (acho que molhei um deles e acredito que adorou essa brincadeira). Terminei meu serviço, guardei a mangueira e fui ao trabalho. Meu patrão disse "elas agradecem" à mim mas sem tirar a cara da tela do computador. Esperei uma outra reação... ele apenas olhava pr'aquela tela. Mas, tudo bem, meu trabalho estava feito.

Como é deprimente trabalhar com máquinas! Elas são comandadas por uma mente humana e elas apenas obedecem. Às vezes travam. Às vezes. As máquinas são super bem tratadas, avaliadas, sempre passa o tal anti-vírus, sempre são em primeiro lugar. Eu fico com as plantas, com a natureza... acho que meu serviço não é máquinas...

Mas, tudo bem, as máquinas são aturáveis... eu agüento, enquanto eu vigio a natureza pela janela a dentro...

2 comentários:

Tula disse...

Escreveu super bem!!!
Ler o que você escreveu, foi como se eu estivesse regando a plantinha, sentindo o cheiro de limão...totalmente sensorial...
mas me lembrou de onde eu morava...
ai, como eu queria estar fazendo tudo aquilo que gosto...
mas tem as contas, fazer o quê???

Bjsssssss....

Tula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.