Sobre casamento.

A muito tempo que estava ensaiando em colocar uma foto minha e do Marcos, mas, sei lá, eu tinha muita coisa pra falar e acabava esquecendo disso tudo. Que bobagem, né? A gente tem tantos problemas e esquecemos dos gestos mais valiosos que temos, como um carinho de uma pessoa que te escolheu para viver contigo. E o Marcos foi bem desse jeito: veio como encomenda e ainda ganhei alguns brindes, como seu gosto de cozinhar, seu Q.I altíssimo e sua paixão pela arte em geral. Tudo bem que não sou uma maravilhosa esposa e também não sou cheia de "tico-tico" com marido do tipo "ai, meu tchutchuco" ou "meu amoreco" ou "mô, te amu de montáum" ou, "meu frufru, chuchuzinho e docinho de amendoim" e esses mela-cueca que eu enjoo rapidinho. Falo assim com o meu gatinho Baco, mas é força do hábito (tadinho do Baco... acredito que ele ODEIA isso). Ou sou fria ou sou uma pessoa que não precisa de mídias par falar que amo, a quem amo. Demonstro do modo mais simples, até um tanto discreto. Nada de auto-falantes. Nem os homens gostam disso.
E eu pensava que casamento era um bicho de sete cabeças. Tá, é de duas cabeças, mas nada que assuste. O problema é que as mulheres esperam que os maridos, depois de casados, ainda continuam como um príncipe encantado e os homens esperam que a sua mulher continuasse a mesma que conheceu. É como nos livros românticos... a mulher acha que o homem sempre chega de cavalo branco e o homem acha que am mulher sempre vai estar com uma lingerie preta dizendo "oi, minha fera da cama!". Que nada! O casal tem que botar na cabeça que no casamento vai enfrentar:

- partidas de futebol e cervejada;
- coceira infernal no saco;
- menstruação;
- cheiro de "sovaco", chulé, mal hálito;
- desemprego;
- dívidas para pagar;
- família pedindo dinheiro emprestado ou botar o dedo na relação;
- estrias
- doenças;
- e muito mais!

então, minha filha ou meu filho, se você acha que casamento é travesseiros de plumas e trepadas todos os dias, esquece!
Com o tempo, a pessoa demonstra ser um tanto diferente e a própria pessoa começa a se conhecer. É errado? Claro que não! As vezes, a pessoa nem sabia que era daquele jeito e descobre com o tempo. Daí o homem ou a mulher se assusta. Eu mesma nunca imaginei que era tão chata e exigente e o Marcos tampouco, mas o mais legal num relacionamento e num casamento é que os dois não percam a essencia e a maior de todas é a "amizade". Carlos Drummound diz que "a amizade é um amor que nunca morre", então, se juntar com o casamento, é um amor que nunca morre (puta que pariu! Esses poetas sempre tem a carta na manga!). Depois vem o respeito, a compreensão, o carinho, a sinceridade, mas vem automaticamente porque são sentimentos que vem no kit "amizade". É na amizade que levantamos o outro quando cai e chorar no ombro do outro. O Marcos é meu melhor amigo (apesar dele ser um grande amigo).
O homem também tem que apreciar o rio que passa na sua aldeia. Ele verá mulheres maravilhosas, gostosas e até melhores na cama que as mulheres, mas tenho a certeza de que se conhecer a gostosona trepadeira, descobrirá uma porrada de defeitos. O Tejo pode ser bem mais bonito que o rio da tua aldeia, mas o rio da tua aldeia é melhor que o Tejo porque é o rio que passa na TUA ALDEIA. O Marcos fala muito disso pra mim.
A outra essência que aprendi com o próprio Marcos (e com os nossos erros) é aceitar a diferença que o outro tem e os defeitos. Se os mesmos der para melhorar, por que não? Não tem como mudar a si de uma hora pra outra, mas melhorar com o tempo.

O casamento é um jogo de um nível difícil, mas é um excelente desafio que deve ser passado com muito pé no chão. Nada de orgulho e egoísmo, embora o homem seja destinado a isso (confesso que sou orgulhosa demais e egoísta demais...).

É... eu acho que é isso... =)

PS: isso escrevi no meu fotolog e achei tão pertinente que achei adequado colocar no blog.